O começo do fim


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Desembarque das tropas Aliadas/ Getty Images

Era madrugada do dia 06 de junho de 1944. Dezoito mil paraquedistas americanos e britânicos saltavam cruzando o escuro céu da Normandia atrás da linhas alemãs. Bombardeiros iluminavam a noite com o intuito de cortas as linhas de comunicação alemã. Não muito distante dali, atravessando as águas gélidas do Canal da Mancha, mais de cinco mil embarcações transportavam 155 mil soldados, dentre estadunidenses, canadenses e britânicos, além de aproximadamente dez mil veículos. Há 76 anos, tinha início o "Dia D", a maior operação militar da história, e com o alvorecer desse dia, o fim do regime de terror nazista. 

Às 6h30 da manhã, as primeiras tropas de soldados estadunidenses desembarcaram nas praias de Utah e Omaha. Às 7h25 foi a vez dos britânicos chegarem à Sword e Gold. Em seguida, 2.400 canadenses atingiam à praia Juno. Às 10h15, a notícia do desembarque chegou aos ouvidos de Rommel, comandante do exército alemão na edificação da "Muralha do Atlântico", que se encontrava em Berlim. Hitler deu-lhe a ordem de até a meia-noite "devolver ao mar" os invasores. Mas à meia-noite, 155 mil soldados das tropas Aliadas haviam desembarcado. 

Fonte: Gilbert (2019)

Hitler estava convicto de que o desembarque da Normandia não correspondia ao "verdadeiro" ataque. Por isso, custava a empregar toda a sua força. Alertara a Kriegsmarine que ficasse alerta para possível desembarques em outros pontos, sobretudo, na Bélgica. A inteligência britânica, interceptando as mensagens alemãs e decifrando os códigos da Enigma, repassavam as informações às tropas de campo, que lhes garantia que ainda no dia 07 de junho, a Alemanha Nazista não empregaria toda a sua força. A hesitação e a confusão da inteligência militar alemã, configurou-se como uma vantagem inicial crucial para as tropas Aliadas fixarem suas posições. 

Milhares de soldados e civis nas cidades bombardeadas morreram nesse dia. Um dia marcado por cenas de combates sangrentos e cruéis. Steven Spielberg, em O resgate do soldado Ryan (1998), representou no cinema as cenas viscerais de luta que se seguiram nesse dia. 

O "Dia D" deve servir para nos lembrar daqueles que perderam suas vidas na guerra, alvejados por tiros, dilacerados por bombas, das formas mais cruéis e dolorosas. Deve servir para que não nos olvidemos das violências perpetradas ao longo da história, dos corpos e ruínas acumuladas na marcha do "progresso", para não nos esquecermos quantas vidas e sonhos foram interrompidos pela desgraça da guerra, para que desconfiemos das ideias e discursos de ódio fruto dos delírios doentios dos líderes que estiveram à frente da Segunda Guerra Mundial. 

Referências:
GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial: a fúria do Eixo agonizante. vol. 3. 1 ed. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2019. 




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