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Mostrando postagens de janeiro, 2021

No templo de Asclépio

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  Robert Alan Thom, The temple and the cults of Asclepius. In: A History of Medicine in Pictures presented by Park, Davis and Co. , 1957.      Segundo o poeta latino Ovídio (43 a.e.c – 18 e.c.), o nascimento de Asclépio, principal entidade divina controladora das doenças, marca o início da medicina grega. Segundo a mitologia, nasceu na Tessália, provavelmente no século VIII a. e. c., era filho do deus Apolo com a mortal Coronis. Durante sua gravidez, Coronis traiu Apolo com um mortal chamado Isquis, filho de Elates. Ao saber da deslealdade, o deus do sol tomado de ódio, feriu mortalmente a esposa, arrancando-lhe do ventre do filho ainda vivo. Asclépio recém-nascido foi levado por Apolo até Magnésia e foi confiado aos cuidados do centauro Quíron, profundo conhecedor de todas as plantas medicinais e responsável por instruir o semideus na arte de curar, tornando-o um exímio perito da prática médica, inclusive sendo capaz, conforme narra a mitologia, de ressuscitar os mortos. Hades, deus d

As flechas pestíferas de Apolo

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Stanisław Wyspianski, Apollo razi grotami pomoru (Iljada), 1897 (?) A s concepções em torno da saúde e da doença variaram ao longo da história, alterando os modos de compreender os processos de adoecimento e de cura mediante a prática terapêutica, bem como os próprios sentidos e percepções das doenças e suas explicações causais. Na antiguidade, a concepção de doença aparecia como um castigo divino, representando a ira dos deuses com as transgressões humanas. Segundo a mitologia, o deus Apolo seria responsável por produzir as doenças com suas flechas mortais, mas também poderia curá-las. Por este motivo, tornou-se a principal divindade controladora das doenças. A religião grega aceitava a existência de vários deuses, aos quais se atribuía a causa de muitos fenômenos da natureza. Segundo a lenda, Apolo e Ártemis, produziam peste e doença entre os mortais ao lançar suas flechas sobre os homens. No Canto I de A Ilíada, Homero descreve essa concepção mitológica grega. Segundo o poema