Vidas quebradas e sonhos partidos
Manifestação no Rio de Janeiro em 1968 contra a ditadura militar (Foto: Arquivo Nacional/Correio da Manhã) Há 56 anos, as forças obscuras do autoritarismo dos militares apoiadas por setores da classe média conservadora, pelos meios de comunicação, pelas grandes empresas e pelo governo dos Estados Unidos, vilipendiavam do poder o presidente João Goulart. Na calada da noite, como é característica de quando se age de formas escusas, tropas golpistas precipitaram-se em direção ao Rio de Janeiro, comandadas pelo General Mourão Filho. O Brasil que foi dormir sob uma democracia, acordou em uma ditadura no dia 01 de abril. Ou melhor, não acordou. A noite escura perdurou sob um pesado véu cor de chumbo. O 31 de março de 1964 durou 21 anos. Memória e esquecimento são duas faculdades humanas, às quais Nietzsche chamou a atenção na Segunda Consideração Intempestiva . Devemos cultivá-las, ensinava o filósofo, a fim de preservar a saúde de um indivíduo, de um povo, de uma civil...